O relatório, que tem três centenas de páginas, está dividido em volumes e foi guardado na caixa forte do apartamento do pontífice, resulta de uma investigação realizada pelos cardeais Julián Herranz, Josef Tomko e Salvatore De Giorgi, à extração de documentos do gabinete do Papa..O caso, que ficou conhecido como 'Vatileaks', levou à detenção do mordomo do Papa, Paolo Gabriele, por ter entregue tais documentos a um jornalista. Gabriele foi declarado culpado pelo tribunal do Vaticano de roubo de documentos confidenciais do apartamento do Papa. Bento XVI indultou-o posteriormente. .Paolo Gabriele, de 46 anos, pai de três filhos, pediu perdão por ter traído o Papa, mas disse ter agido para salvar a Igreja e o Papa.Nalgumas das intervenções que fez em público, Bento XVI chegou a dizer que a Igreja Católica iria conseguir resistir ao "mal destruidor". ."Tudo gira em torno do sexto e do sétimo mandamentos", disse ao 'La Repubblica' uma fonte muito próxima de um dos autores do relatório, lembrando o jornal que estes dizem para não roubar ou cometer adultério (não furtar ou pecar contra a castidade, na fórmula catequética). O documento, refere o 'El Mundo', citando este jornal italiano, "revelaria lutas de poder, má gestão económica, relações homossexuais...".O 'La Repubblica' lembra um escândalo que, em 2010, revelou encontros sexuais entre um membro do coro do Vaticano e um dos cavaleiros de Sua Santidade, Angelo Balducci. Numa gravação, que apareceu em público na altura, Balducci aparece a conversar com um membro do coro do Vaticano e este diz-lhe: "Só te digo que tem 2 metros, pesa 97 quilos, tem 33 anos e é completamente 'ativo'". .A posse deste documento, diz o jornal italiano, que fala mesmo na possível existência de um "lóbi 'gay' no Vaticano" levou o Papa Banto XVI a refletir sobre a luta que é preciso travar pelo futuro da Igreja e em, última análise, terá influenciado a sua decisão. "O relatório será entregue ao próximo Papa, que deverá ser bastante forte, jovem e santo para poder levar a cabo o trabalho que o espera", escreve o 'La Repubblica', citado pelo 'El Mundo'. .A seguir ao anúncio do resignação do Papa, já a revista italiana 'Panorama' tinha indicado que Bento XVI tomara uma tal decisão após conhecer o conteúdo do relatório sobre o caso 'VatiLeaks'..Citado pelo jornal irlandês 'Irish Examiner', um porta-voz do Vaticano disse não ter qualquer comentário a fazer sobre as alegações publicadas pelo 'La Repubblica'.